ATA DA CENTÉSIMA TRIGÉSIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA
DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA LEGISLATURA, EM 13.11.1990.
Aos treze dias do mês de novembro do ano de mil
novecentos e noventa reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a
Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Centésima Trigésima Sétima Sessão
Ordinária da Segunda Sessão Legislativa Ordinária da Décima Legislatura. Às
quatorze horas e quinze minutos, constatada a existência de “quorum”, o Senhor
Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão e determinou fossem
distribuídas em avulsos cópias da Ata da Centésima Trigésima Sexta Sessão
Ordinária, a qual deixou de ser votada face à inexistência de “quorum”
deliberativo. À MESA foram encaminhados: pelo Ver. Airto Ferronato, 01 Pedido
de Providências; pelo Ver. Antonio Hohlfeldt, 01 Pedido de Informações; pelo
Ver. Dilamar Machado, 01 Emenda ao Projeto de Lei do Executivo nº 50/90
(Processo 1956/90); pelo Ver. Jaques Machado, 01 Projeto de Lei do Legislativo
nº 157/90 (Processo 2280/90); pelo Ver. Lauro Hagemann, os Projetos de Lei do
Legislativo nºs 158/90 (Processo 2294/90) e 159/90 (Processo 2295/90). Do
EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 01/90, do Presidente da Comissão Especial –
Centro de Convenções; 01/90, do Presidente da Comissão Especial para examinar o
Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 13/90; 02/90, do Presidente da
Comissão Especial para examinar o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº
11/90; 190/90, do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre; 401/90, do
Presidente da Câmara Municipal Gravataí; Circular nº 1034/90, da Câmara
Municipal de são Borja; Telegrama dos Senhores Oscar e Maria Gonçalves; e Telex
do Chefe de Gabinete do Ministro da Agricultura e Reforma Agrária. Em
COMUNICAÇÕES, o Ver. Dilamar Machado, reportando-se a declarações feitas pelo
Ver. João Dib, na Sessão Ordinária de ontem, referentes a acusações contra o
ex-Prefeito Collares, a ex-Secretária da Educação Neuza Canabarro e ao
ex-Procurador do Município Mathias Nagelstein, contraditou o posicionamento de
S. Exa. e perquiriu os objetivos dessas declarações. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Ver. Wilson Santos, discorrendo acerca das discussões realizadas quanto à
adoção do “limitador” pelo Executivo Municipal para reajuste dos vencimentos
dos funcionários municipais, leu Parecer técnico do Tribunal de Contas, o qual
afirma que os gastos do Município para com a folha de pessoal não excede a
cinqüenta por cento do orçamento, convocou este Legislativo e a classe
municipária para uma retomada dessa discussão. O Ver. João Dib, reportando-se
ao pronunciamento do Ver. Dilamar Machado, reafirmou seu posicionamento com
referência às declarações prestadas na Sessão Ordinária de ontem, analisando o
Parecer de autoria do Dr. Armando João Perin e, afirmando enquanto engenheiro,
não ser viável o parcelamento de uma área de quarenta mil metros quadrados,
asseverou que as cópias dos documentos que possui lhes foram cedidas pelo
Tribunal. Em COMUNICAÇÕES, o Ver. Elói Guimarães, discorrendo sobre o pronunciamento
do Ver. João Dib, questionou os interesses políticos dessa discussão,
apropinquando a questão ao processo eleitoral de disputa do governo do Estado
para o segundo turno. Criticou essa postura denominando-a de “predatória” e
defendeu a administração do ex-Prefeito Alceu Collares como “excelente e
honrada para o Município de Porto Alegre”. O Ver. João Motta, lendo texto do
Livro “Primeiras Lutas Operárias no Rio Grande do Sul”, de João Batista Marçal,
saudou os companheiros gráficos; registrou a presença, em Plenário, da atual
Diretoria do Sindicato dos Gráficos de Porto Alegre, eleitos recentemente, e
salientou a importância dessa categoria no processo de “lutas e organização dos
operários deste Estado”. O Ver. Gert Schinke discorreu acerca dos objetivos do
Projeto de Lei do Legislativo nº 200/90, de sua autoria. Salientou a
necessidade de se instalar no Município uma política de “previsibilidade” com
referência à geração de energia elétrica a partir da fissão nuclear e registrou
o recebimento de Cartilha, em apoio ao Projeto referido, da Sra. Magda Renner,
Presidente da Ação Democrática Feminina Gaúcha. O Ver. Luiz Braz, referindo-se
ao “abandono e desativação” das estações de transbordo, questionou os gastos
empreendidos para tais instalações, salientando tratar-se de dinheiro público.
Registrou a mobilização de moradores das cercanias desses terminais com a
finalidade de discutir a destinação a ser dada a esses terminais e convidou os
Senhores Vereadores a participarem desse movimento. E o Ver. Omar Ferri,
referindo-se à apreensão dos livros, efetuada durante a Trigésima Sexta Feira
do Livro de Porto Alegre, analisou os conceitos de “pornografia”, “racismo” e
“preconceito”. Defendeu, dentro do conceito de sociedade democrática, “o livre
direito de opção”, citando, entre outras, expressão de Einstein, “tristes
tempos os nossos, quando é mais fácil desintegrar um átomo do que um
preconceito”. Às dezessete horas e trinta e sete minutos, nada mais havendo a
tratar, o Senhor Presidente levantou os trabalhos da presente Sessão,
convidando os Senhores Vereadores para a Sessão Solene, dedicada a homenagear a
Brigada Militar pelo transcurso de seus cento e cinqüenta e três anos de
existência, a realizar-se hoje, às dezessete horas, e convocando-os para a Sessão
Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos
Vereadores Valdir Fraga e Clóvis Brum, e secretariados pelo Ver. Lauro
Hagemann. Do que eu, Lauro Hagemann, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a
presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pelo Senhor Presidente e
por mim.
O SR. PRESIDENTE
(Valdir Fraga): Estão abertos
os trabalhos da presente Sessão.
Com a palavra, em Comunicações, o Ver. Dilamar Machado, por cessão de
tempo do Ver. Elói Guimarães.
O SR. DILAMAR MACHADO: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, agradeço ao Ver. Elói Guimarães pela inversão dos nossos
respectivos tempos, porque gostaria de usar esses dez minutos para encaminhar à
Casa, aos Anais do Legislativo e, em particular, ao Ver. Dib, algumas
informações que me foram possíveis recolher, na manhã de hoje, em relação às
acusações que o Vereador fez, na tarde de ontem, ao Dr. Collares, Dr. Mathias e
Dr. Raul - Prefeito, Procurador-Geral do Município e Secretário Substituto da
SMOV, respectivamente. O Dr. Dib apareceu, nesta tribuna, com alguns documentos
e levantou uma questão muito interessante, que me chamou a atenção, quando, por
mais uma vez, o ex-Prefeito se referiu ao desaparecimento de dois processos.
Dois processos sumiram, mas o Dr. Dib, mesmo com os processos sumidos, trouxe
uma relação de documentos que interessavam ao Dr. Dib - à facção política que
representa o Dr. Dib - e, particularmente, interessavam às pessoas que
entregaram os documentos ao Dr. Dib. O Dr. Dib não era o Prefeito de 1986 a
1988. Que eu saiba, não é o Prefeito de 1989 e 1990. É um Vereador de oposição,
Líder do PDS na Casa, e não tem, pelo menos que eu saiba, ligações estreitas
com o PT, mas o Dr. Dib estava de posse de documentos relativos a esses
processos.
E começo por estranhar que eu possa ter recebido, hoje, uma certidão
datada de maio de 1989, do 8º Tabelionato da Comarca de Porto Alegre,
autenticado. Qualquer bacharel sabe que não se autentica documento em cartório
se não for o documento original, mas em maio de 1989 esse processo existia, Dr.
Dib, e o Dr. Olívio Dutra já era o Prefeito de Porto Alegre, não era mais João
Dib, nem Alceu Collares. O que diz esse documento? O Prefeito da
Capital, na época, se chamada João Antônio Dib, 17 de dezembro de 1984 - se eu
estiver equivocado, o companheiro Dib me corrige -, conforme art. 199 da Lei nº
8.583, e art. 186, Loteamento Parque Santa Fé possui área de destinação pública
superior a 35%, conforme cálculo expedido em planilha abaixo. Portanto,
entende-se que o parcelamento do lote em questão deverá ser feito por
fracionamento.
E mais, uma Certidão:
(Lê.) “Certifico, em atenção ao despacho exarado em data de 21 de fevereiro do
corrente ano, no Requerimento protocolado sob nº 02.070436.85.1 (zero dois
ponto zero setenta mil quatrocentos e trinta e seis ponto oitenta e cinco ponto
um), em nome de Olavo Correa da Silveira, e ouvidos os órgãos competentes, que
é o seguinte o Parecer da DU/SMOV, de 05 de fevereiro de 1985: ‘Face ao que
consta em nossos arquivos, o Loteamento Parque Santa Fé possui área de
destinação pública superior a 35%, conforme planilha de cálculo expedida no
Processo 213492.6 pela Secretaria do Planejamento Municipal, que teve como base
os artigos 186 e 199 da Lei Complementar nº 085/83, onde para uma área bruta de
773.600,00m² houve uma destinação de áreas públicas de 315.737,00m², que
corresponde a 40%. Em firmeza do que eu, Maurens Cruz Dal Santos, 18011.7,
Escriturário, lavrei a presente, que assino aos vinte e dois dias do mês de
fevereiro do ano de um mil novecentos e oitenta e cinco.’”
Dr. Dib, o que ocorreu, V. Exª sabe disso, é que o
Loteamento Santa Fé destinou como área pública 40% da área total do loteamento,
quando deveria ser 35%, nos termos da Lei vigente. E o proprietário desta área
entrou com um Requerimento à época do Governo Dib, requerendo a devolução desta
área. E foi o Governo do PDS, do Dr. Dib, que disse que tinha 5% a mais. E que
o caminho era o parcelamento do lote em questão sob forma de fracionamento.
Eu, não sendo engenheiro - embora reconheça a competência do
Eng. Raul Lima, à época Diretor da Divisão de Vias Públicas e Secretário
Substituto da SMOV - sei que há uma diferença entre fracionamento e loteamento.
Sei, Dr. Dib, pelas informações recebidas, que o Dr. Mathias Nagelstein - a
quem V. Exª acusa no seu discurso passado -, seu último despacho nesta pendenga
toda foi o seguinte. (Lê.) Foi o último despacho do Dr. Vizotto. Lembro que o
Dr. Vizotto, à época do Dr. Dib, era o Procurador-Geral do Município. Em 13 de
junho de 1988 foi o último despacho do Dr. Mathias Nagelstein, que em despacho
anterior alertava a própria Administração que, tendo em vista todas as
controvérsias surgidas, embora o Parecer do Dr. João Dib de que esta pessoa
tinha direito a 5% da devolução da área para fracionamento, o Dr. Mathias
Nagelstein alerta e adverte, em despacho neste Processo que está sumido, que
uma Ação Popular poderia vir a derrubar este Loteamento se ele fosse concedido.
O Sr. João Dib: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Dilamar Machado, não corresponde à
realidade. O Dr. Mathias Nagelstein dizia que reconhecia o mérito dos
Pareceres, mas porque não causava prejuízos ao Município.
O SR. DILAMAR MACHADO: Foi no único documento
que interessou a Vossa Excelência. É que V. Exª tem todo o Processo, mas pinçou
o que lhe interessava. Como eu tenho parte do Processo, eu vou requerer por
escrito à Presidência da Casa que solicite ao Poder Executivo Municipal cópia
completa dos Processos 76.052/85, do Governo de V. Exª, e mais a cópia do
Processo 213.492.6, também da época do Governo do Dr. Dib na Prefeitura de
Porto Alegre.
Dr. Dib, eu tenho convicção, a esta altura, pelo que
examinei da matéria, que o que ocorreu foi uma longa e controvertida pendência
entre uma parte requerente, a que achava que tinha direito, e entre as dúvidas
da Prefeitura em devolver ou não, e entre a força da Lei da época. Porque os
assessores de V. Exª reconheceram, neste documento, que havia o Loteamento
Parque Santa Fé destinando 40% da área, quando deveria ser 35%. Então, dava o
direito de requerer os 5% de volta. Ocorreu que foi aprovado na SMOV este
fracionamento. O Dr. Raul Lima, na época, apenas assinou as plantas. A parte
interessada procurou, como V. Exª diz, o Cartório de Registro de Imóveis, o
titular deste Cartório suscitou dúvidas e encaminhou ao Juiz da Vara de
Registros Públicos, e o Juiz determinou que não fosse feito o assentamento do
Loteamento por aquele problema da ilegitimidade de parte do Sr. Elzo, citado,
que teria passado a área para Empreendimentos Imobiliários Luciana, ou coisa
parecida. Agora, o que eu estranho, e deixo minha dúvida sobre a matéria, é que
o Dr. Dib tenha dito que os processos desapareceram, e que ele tenha apenas o
que interessa desses processos, e que em maio de 1989 um Tabelionato de Porto
Alegre tenha dado autenticação a um documento desses processos e,
conseqüentemente, com base em documento original.
Por isso é importante que requisite estes processos para
esta Casa e que se tenha, também, por parte dos companheiros do Partido dos
Trabalhadores, uma notícia do que ocorreu. O Dr. Dib veio aqui ontem e disse
quase que, em liderança do PT, anulou este negócio. Em que sentido? Até onde o
PT anulou o que e que negócio houve? Onde há prejuízo para a comunidade de
Porto Alegre ou para alguém? Faço este registro, Dr. Dib, e convido V. Exª a
voltar a esta tribuna e repisar o seu pronunciamento ou revisá-lo, porque o
homem digno, quando se engana, quando atinge a honra, diretamente, de um
cidadão, seja ele quem for, volta atrás e pede desculpas. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Wilson Santos, em Liderança, pelo PL.
O SR. WILSON SANTOS: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, quando discutíamos, em reunião de Mesa e Lideranças, o projeto de
reajuste de vencimentos do funcionalismo público municipal, e que a Liderança
do PT, em nome da Administração Popular, condicionava que se colocasse o
limitador de 75% das despesas de pessoal em relação à receita, eu fui um
Vereador que aceitei e sempre defendi que a despesa com pessoal fosse feita à
luz da legislação e não colocando, ao bel-prazer, os somatórios das despesas
fora da legislação.
Eu pedi, inclusive, uma Comissão,
pedi que esta Comissão fosse presidida pelo Ver. Airto Ferronato, que é o
Presidente da Comissão de Orçamento e Finanças desta Casa. Então, eu me
preocupava com a forma de aplicação do percentual de despesa com pessoal fora
de um modelo legal. Eu tive trabalhos já, depois trazidos a esta tribuna, eu
assisti trabalhos trazidos por outros Vereadores, sempre contestando as
informações do Executivo. E, agora, inclusive de posse de um Parecer de um
Tribunal de Contas, onde o Tribunal de Contas inclui em pessoal inativos,
pensionistas, salário-família, nós chegamos a uma comprovação técnica de que em
janeiro deste ano a despesa com pessoal ficou na casa dos 47,3; em fevereiro,
33,3; em março, 58,9; em abril, 44,2; em maio 40,5; em junho, 48,7; em julho,
55,5; em agosto, 41,3 - perfazendo uma média percentual de 40,6. Já para o ano
de 1991 analisamos o orçamento nós teremos uma média percentual de 50,9.
Em função disso, Sr. Presidente e
Srs. Vereadores, eu vou mandar uma correspondência ao Sindicato dos
Municipários desta Cidade, e faço um apelo às lideranças desta Casa, porque eu
acho mais do que justo que o Sindicato e esta Casa venham a fazer justiça à
classe dos municipários.
É preocupante que se venha a
gastar excessivamente com pessoal, é compreensível o esforço do Governo para
que isso não aconteça, mas é incompreensível que em notas pela imprensa da
Capital, lançadas à opinião pública equivocadamente, o Governo Municipal tenha
teimado em colocar os funcionários públicos, os municipários, como bode
expiatório de toda esta história, acusando direta ou indiretamente os
municipários responsáveis pela falta de contraprestação de serviço para a
Cidade porque gastavam excessivamente.
Eu quero do Sindicato, no mínimo,
uma matéria paga nos jornais desta Capital, mostrando que os funcionários nunca
passaram, principalmente de janeiro para cá, o gasto superior a 50%. É estudo
técnico, confiável. Eu já tive estudo técnico de outros Vereadores, em menor
percentual, e nunca se chegou à cifra anunciada pelo Governo, de 90 ou 97%,
deixando uma imagem muito ruim para a classe municipária de Porto Alegre. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Liderança com o PDS.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
não vou retirar nem uma só palavra daquilo que eu ontem disse aqui. O Ver.
Dilamar Machado, com habilidade, cita documentos emitidos ao tempo em que eu
era Prefeito, e que se dizia que havia mais de 35% da área comprometida com o
serviço público. Em razão do Decreto-Lei nº 58, de 1937, nós negamos ao Sr.
Hércio Vieira de Azevedo a possibilidade de retomar aquilo que ele achava que
era dele e que não era. E tanto é verdade que nós negamos, que ele entrou com
um pedido de reconsideração para S. Exª, o Dr. Alceu de Deus Collares, no dia
06 de maio de 1986, referindo-se ao Processo nº 76.052/85. Agora, na verdade,
eu tentei, através da Administração Popular, obter dados e não os consegui. Mas
qualquer advogado - e o Dr. Dilamar Machado é advogado, e dos bons - sabe que
se ele for ao Tribunal pedir uma cópia, recebe. E eu, então, tenho aqui a cópia
do Tribunal.
Agora, o que eu disse e reafirmo
era que o Eng. João Antônio Dib, CREA 10.002, não aceitava um loteamento de uma
área de 40.000m² com apenas uma passagem para pedestres. Meu juramento de
engenheiro, o credo de engenheiro, dizia que eu deveria defender os meus
colegas, mas não sustentar os seus erros. Então, não existe possibilidade de
fazer-se um loteamento de 40.000m² com uma passagem de pedestres, tão-somente.
E loteamento, na Prefeitura, se faz na Supervisão de Urbanização, e não na
Supervisão das Vias Públicas, mesmo que seja o Secretário Substituto que
coloca, no alto da página, Supervisão de Urbanização e, embaixo, assina como
Supervisor de Vias Públicas. E a própria Supervisão de Urbanização é que diz,
depois, que nada passou por lá e que nada valia. Eu gosto muito do Dr. Mathias
Nagelstein, não tenho nada contra ele, mas é o Dr. Armando João Perin que diz:
“O atendimento da pretensão só seria viável mediante desafetação da área em
tela, através de Lei, com autorização de sua devolução aos loteadores, mas com
prejuízo certo ao patrimônio público, de tal sorte que decisão dessa natureza
seria atacável por via de Ação Popular.” E, depois, diz que considera ilegítimo
o Sr. Hércio Vieira de Azevedo para requerer. E ao Dr. Mathias Nagelstein,
depois de levá-lo - o expediente - ao conhecimento do Sr. Prefeito Municipal, é
que ele dá o seu Parecer final, mesmo depois de dizer: “Afigura-se-me como
razoável o entendimento jurídico de que o negócio em exame, feito sob a égide
do Decreto-Lei nº 5.837, deva ser resolvido nos termos ali estabelecidos.” E,
mais adiante, ele diz: “Em verdade esta situação só veio a ser explicitada com
o advento do Decreto-Lei nº 271, de 28 de fevereiro de 1967. Em seu art. 4º
assim o prescreve: ‘desde a data da inscrição do loteamento, passam a integrar
o domínio público do Município as vias e praças e as áreas destinadas a
edifícios públicos e outros equipamentos.’”
As vias, as praças e parques e
outras destinadas a edifícios públicos, que era o caso da escola pública. E o
Dr. Mathias Nagelstein ousou - segundo ele -, mesmo reconhecendo a importância
dos Pareceres que ele lia: “Ousei discordar dos Pareceres anteriores, conquanto
o respeito que me mereceu, adotando uma posição jurídica razoável, sem trazer
prejuízo ao Município.”
Ora, sem trazer prejuízo ao
Município, se o Município perdeu uma área de 40m² numa praça e mais 7.000 ou
8.000m² em área destinada à escola. Isto não causou prejuízo ao Município? É o
próprio Dr. Mathias Nagelstein que diz que o Decreto nº 58, de 1937, regulamentado
depois pelo Decreto-Lei nº 271, de 28 de fevereiro de 1967, diz que era
inalienável. E foi o que a Drª Glaci encontrou e enviou ao Juiz de Registros da
Vara Pública.
Então, eu não tenho nada, não
inventei nada, e simplesmente no Tribunal eu obtive uma cópia, através de um
advogado, de tudo que lá ocorreu. É tão fácil! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Ver. Dilamar Machado transpõe seu tempo com o Ver. Elói Guimarães. V.
Exª está com a palavra.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, eu tenho particular admiração e apreço pelo nosso amigo,
ex-Prefeito de Porto Alegre, Ver. João Dib, que tenta buscar no baú da
Administração algo para tentar fazer a esteira dos programas de rádio e
televisão, no sentido e na tentativa - e diria, ineficaz, anteciparia, ineficaz
- de melhorar a posição do seu candidato ao Governo do Estado.
Então, me parece, Sr. Presidente
e Srs. Vereadores, salvo melhor juízo da Casa, que a denúncia - se denúncia é,
me parece que não, na medida que se trata de um assunto do conhecimento, já
levado às considerações judiciais - se nos afigura que é um assunto que não
terá, não surtirá, não reproduzirá o efeito que pretende encontrar o Ver. João
Dib. Por quê, Sr. Presidente e Srs. Vereadores? Inclusive, há dados
estatísticos que nos dão conta que o perfil da campanha - e agora mudou - o
candidato do Ver. João Dib, o Dr. Nelson Marchezan, lhe tirou votos, dado o
caráter predatório da discussão.
A população de Porto Alegre e do
Estado, em especial, está observando as candidaturas com vistas a encontrar
aquela proposta que melhor se ajuste aos interesses do nosso Estado. E toda
esta catilinária, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, aqui para relembrar Cícero
no Senado Romano, e me lembra o Ver. Omar Ferri: Cosqui tandi abutere,
catilina paciencia nostra.
Então, me parece que o
assunto trazido pelo Ver. João Dib se torna inaproveitável ao fim que pretende
Sua Excelência. Evidentemente, oportunamente nós vamos fazer uma grande
discussão que já foi feita, eficaz e muito esclarecedora, pelo Ver. Dilamar
Machado, ao que respeita aos relatórios e análises procedidas pelo Ver. João
Dib. Mas vejam bem, este assunto - eu vou arriscar um palpite aqui -, este
assunto vai chegar lá pela televisão, ou talvez fique no rádio, e depois a
equipe de assessoramento do Dr. Marchezan vai dizer: “Olha, vamos sair dessa
aí, porque já tentamos toda aquela história do Tribunal de Contas”. E o povo
não está interessado em saber essas questões, porque essas questões, quer
queiramos, quer não, terão o seu tratamento especial, especifico. Foram levadas
ao Tribunal de Contas as questões ligadas às vendas dos terrenos, o Tribunal de
Contas prolatou o seu pronunciamento, esse assunto vai ser examinado de futuro,
vem a esta Casa. E também esse assunto do Ver. João Dib nós vamos examinar, já
está sendo examinado pelo nosso Líder, Ver. Dilamar Machado.
Mas eu quero dar um conselho, de
amigo que sou do Ver. João Dib,este assunto, Ver. João Dib, e outros assuntos
com esse conteúdo a nível eleitoral, não estão rendendo votos. E até lhe diria,
a título de conselho, que dissesse ao Dr. Marchezan para que continuasse
fazendo aquele debate que vinha fazendo na televisão no primeiro turno, e até o
Dr. Marchezan teve um excelente desempenho, não há de não se reconhecer, mas aí
ele tratava com projeto, com intenções. Agora, quando o Dr. Marchezan entrou
nessa briga de bugio, aí então ele começou a perder ponto. O melhor conselho
que eu poderia dar ao meu amigo João Dib é que levasse ao candidato, que vai
ser derrotado, o futuro Governador do Estado é indiscutivelmente o Dr. Alceu
Collares, que passou por Porto Alegre e fez uma excelente Administração, uma
honrada Administração. Mas sabe bem o Ver. João Dib que as Administrações
enfrentam problemas complexos, a condução da máquina, os negócios
administrativos, todo o conjunto de escalões, as pessoas, muitas vezes no
encaminhamento de determinadas questões, e não vou nem levantar uma questão
aqui que foi uma grande polêmica nesta Cidade, foram três anos de discussão,
tenho um calhamaço deste tamanho, foi ali onde estão construindo o Shopping,
mas não vamos discutir isso agora.
Mas eu acho, e estou travando
aqui um diálogo, com fraternidade, pois tenho o maior respeito ao Ver. João
Dib, e este conselho é ao Dr. Nelson Marchezan, que continue atuando como atuou
no primeiro turno, deu resultado! Ele alinhou uma série de programas que
agradou, e tanto é verdade que ele fez uma excelente votação, depois ele caiu
no terreno da retaliação pessoal, e a população disse: “Olha, nós queremos ver
os programas, nós queremos ver o que o futuro Governador vai fazer pelo Estado,
que vive uma situação extremamente difícil. Eu coordeno uma área do programa do
Dr. Alceu Collares, área de transporte e viação, uma área que tenho intimidade
e sei que o Estado, que tem 137 contratos de obras por este interior, que
vendeu essas estradas às comunidades e aos Prefeitos Municipais, oxalá o Dr.
Alceu Collares, quando chegar ao Palácio Piratini, conclua as estradas que se
abriram, porque estavam gastando 4 milhões e hoje estão fazendo só obras de
emergência.
O Sr. João Dib: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Fico satisfeito em saber que V. Exª é meu
amigo, e eu também sou seu amigo. Mas, eu, ontem, não denunciei tudo aquilo que
está sendo dito agora, eu apenas li o processo judicial, uma boa parte. Agora,
a única denúncia certa que eu fiz, e fiz como engenheiro, é que não se pode
lotear 40.000m² e a Lei nº 043/79 diz no Plano Diretor - e depois foi alterada
- que não se pode lotear 40.000m² com apenas uma passagem de pedestre. Agora,
quanto àquele processo enorme que V. Exª tem, V. Exª deve guardá-lo bem, porque
perdeu na Justiça.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sim, na medida, Ver.
João Dib, que a empresa correu no cartório, a Empresa Maguefa - e eu tenho este
documento, posteriormente vou trazer ao Plenário para uma discussão mais
abrangente - fez uma escritura declaratória, dizendo que devolvia já ou quando
entendesse o Município a área que havia escriturada a mais e representara uma
lesão ao interesse da Cidade na ordem de 35.000m². Este assunto não vamos levar
ao debate porque a população quer programas, a população está pedindo programas
para governar o Estado, que está em situação difícil, e mais difícil ainda sob
a ameaça de que o Governo tem que ficar ajustado com o Governo da União. Mas,
vejam bem, ficaram vinte anos ajustados com a ditadura militar. Mas a que
levaram o Estado senão a esta situação muito difícil por que passa hoje?
O Sr. João Dib: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, veja V. Exª o quanto aprendi,
analisando este processo jurídico. O loteamento da Praia de Belas também se fez
sob a égide do Decreto-Lei nº 5.837, portanto as áreas públicas do Registro de
Imóveis eram do Município. Não se tinha por que duvidar.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Voltaremos mais tarde a
este assunto. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A palavra com o Ver. Décio
Schauren, que cede a palavra ao Ver. João Motta.
O SR. JOÃO MOTTA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, eu gostaria de ocupar este espaço para saudar, com muita alegria e
muita emoção, até, os companheiros gráficos de Porto Alegre, que viveram
recentemente um processo eleitoral, no seu Sindicato, que culminou, na semana
passada, no seu final, com a eleição do companheiro Marco Aurélio Ribas, que
está presente no Plenário da Câmara Municipal, juntamente com outros membros da
Diretoria eleita: Luiz Carlos Noal, 1º Tesoureiro; Vera Maria Santa Cruz
Ribeiro, Suplente; Antônio Mafalda, Suplente. Eles compõem, a partir deste
instante, a nova Diretoria do Sindicato.
Apenas para reviver alguns
momentos da sua história política, gostaria de colocar alguns dados embasados
nas informações do João Batista Marçal, que é um companheiro também preocupado
em resgatar a memória das lutas operárias no Rio Grande do Sul. Diz esta
síntese do companheiro João Batista Marçal (Lê.): “O Sindicato dos Gráficos de
Porto Alegre se origina da primitiva Sociedade Tipográfica Rio-Grandense,
fundada aqui em 1896, por dois dirigentes operários socialistas, José Reis Gil
e José Ferla. A Sociedade Tipográfica e seus dirigentes tiveram participação
ativa no 1º Congresso Operário de Rio Grande do Sul, realizado nos dias 1º e 02
de janeiro de 1898. Uma das referências que não pode ser esquecida, ao se
tratar das origens deste Sindicato, é a existência de uma cooperativa
tipográfica, também em Porto Alegre, criada em 1896. Esta cooperativa se fez
representar no 1º Congresso Operário do Rio Grande do Sul pelo jovem dirigente
socialista Venceslau Garcia, seu fundador. Gil e Ferla foram absorvidos pela
atividade da Liga Operária Internacional, ambos já pendendo para o
anárquico-sindicalismo. Surgiu, anos depois, no lugar da Sociedade Tipográfica
Rio-Grandense, o Grêmio de Artes Gráficas e Correlatas, fundado por Francisco
Xavier da Costa, dirigente socialista. Este Grêmio foi fundado entre 1904 e
1905 e funcionou, inicialmente, na Rua Jerônimo Coelho, nº 35, esquina com Gen.
Paranhos. Um de seus primeiros presidentes foi Teodoro Garcia Junior que, desde
1897, ocupava uma das secretarias da Liga Operária Internacional.” Mais
adiante, nesta síntese sobre a história da categoria gráfica de Porto Alegre,
destaca Marçal, em suas anotações, que, em maio de 1909, quando era criado em
Porto Alegre o Grupo Solidário, reunindo os gráficos anarquistas destinados a
traçar uma linha de atuação no meio operário, onde, diz Marçal, destacando a
presença e participação de Juvenalino Cezar, seu procurador. Também, como
resultado desta articulação, em 15 de junho de 1910 era fundada a União
Tipográfica de Porto Alegre.
Esse processo de luta e
organização tem, mais adiante, em 1921, quando da realização do 2º Congresso
Operário do Rio Grande do Sul, a presença, novamente, do Sindicato Gráfico de
Porto Alegre, representado pelo dirigente operário Orlando Martins, relator de
“O Sindicalista”. Depois, mais adiante, destaca Marçal, em 12 de maio de 1929,
fundada era em Porto Alegre a União dos Trabalhadores Gráficos, cujo primeiro
Presidente foi Álvaro Silveira. Em 09 de novembro de 1933, a UTG - União dos
Trabalhadores Gráficos - passou a chamar-se Sindicato dos Gráficos de Porto
Alegre, ganhando a sua primeira diretoria. A primeira participação política dos
tipógrafos, vale dizer dos gráficos de Porto Alegre, ocorreu durante a greve
geral de 1906, e o segundo momento importante da participação política dessa
categoria foi a greve geral de 1917, conhecida como a “Guerra dos Braços
Cruzados”, quando os assalariados pararam totalmente Porto Alegre pela primeira
vez.
Gostaria de fazer e de registrar,
portanto, ao fazer essa síntese da memória, que é, em parte, à luta de todos os
trabalhadores do Rio Grande do Sul, a minha homenagem na presença desses
companheiros que estão neste instante na Câmara Municipal, no Plenário da
Câmara, em particular na pessoa do companheiro Marco Aurélio Ribas, Presidente
Gráfico da CORAG, que foi eleito nas últimas eleições pela chapa Dois, com 337
votos, contra a chapa Um, chapa da situação, com 254 votos. A eleição também,
no seu resultado, teve três votos brancos e oito votos nulos.
Gostaria de, ao concluir este
pronunciamento de registro e de resgate de parte da memória da luta operária e
dos trabalhadores do Rio Grande do Sul, não só em Porto Alegre, de manifestar
aqui a minha mais estrita solidariedade com esta luta que agora passa para uma
outra etapa. E, no dia 22 de novembro, às 13h30min, o TRT, os companheiros da
nova Diretoria já enfrentarão uma primeira batalha, que é o julgamento do
dissídio coletivo da categoria, e todos nós sabemos, os que acompanham pela
grande imprensa, estão observando e verificando que, de fato, o chamado Plano
Collor começa a vazar, e, parece, de uma forma irreversível. A inflação já
atinge a faixa dos dois dígitos, há uma indefinição do Governo com relação às
negociações, aos credores internacionais, descontentamento generalizado no meio
empresarial, e crescem, dentro do Governo, as incidências de setores
conservadores. Cito um caso concreto, a indicação do Sr. Jarbas Passarinho para
Ministro da Justiça, que, já nas primeiras atuações, baixou uma portaria de
censura prévia nos programas de rádio e televisão. Portanto, o País passa por
um processo político difícil, onde os companheiros eleitos na última eleição
certamente enfrentarão, a partir de agora, com outros sindicatos, dos
radialistas, dos jornalistas, essa luta que é de todos os trabalhadores, no
sentido de resgatar seus direitos e a sua liberdade de existir, enquanto
cidadãos, num País onde a democracia sempre foi pisoteada.
O Sr. Adroaldo Corrêa: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ouço seu discurso e gostaria de me
solidarizar com V. Exª, porque, principalmente como jornalista e como Diretor
do Sindicato dos Jornalistas que fui, alertar sobre a necessidade do
entendimento das categorias que atuam sob um mesmo empregador - no caso, quatro
ou cinco categorias diferenciadas, nos meios de comunicação - e para o processo
nacional que existe na Federação Nacional dos Jornalistas, e do Primeiro
Encontro Nacional de Trabalhadores em Comunicação, que apontou para a unidade
dos sindicatos dessa base de ramo de produção. Acreditamos que esta Diretoria
terá, e teve no seu programa, atenção a este que é um detalhe não menor,
bastante importante, e que possibilitará o crescimento da unidade dos trabalhadores.
O SR. JOÃO MOTTA: Ao terminar, gostaria de
registrar, mais uma vez, a nossa solidariedade com os companheiros presentes no
Plenário da Câmara, e assinar embaixo da preocupação levantada pelo Ver.
Adroaldo Corrêa, que é um companheiro de luta, através do Sindicato dos
Jornalistas, e da própria CUT, que é, em síntese, a maior conquista contra o
sindicalismo corporativo localizado e fragmentado, e essa batalha é a maior
conquista dos trabalhadores brasileiros. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver.
Gert Schinke.
O SR. GERT SCHINKE: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
companheiros e companheiras aqui presentes. Eu ocupo este espaço para discutir
com os colegas Vereadores um Projeto de Lei de nossa autoria, que nós
apelidamos de “rejeitos nucleares”, na medida em que este Projeto estará sendo
votado, aqui, no dia de amanhã.
Nós gostaríamos de ocupar este espaço para dar
algumas explicações em relação ao Projeto, na medida em que ele se constitui
num dos projetos mais importantes nesta área, no Município de Porto Alegre. Nós
estamos contribuindo com um instrumento legal que possibilitará a intervenção
concreta e efetiva do Município numa área que até hoje ele não tinha
ingerência. Sob o aspecto de uma luta geral dos ecologistas, que se trava a
nível do mundo inteiro, nós estamos aqui resgatando uma das grandes bandeiras
do movimento ecológico no sentido da desnuclearização, Ver. Valdir Fraga. A
desnuclearização, que é um processo que se dá também a nível do Município,
proibindo a construção de centrais termonucleares, pode ser conquistada também
através desta lei, embora nós já tenhamos garantido isto na nossa Lei Orgânica.
E neste sentido, nós estamos apenas reforçando, mesmo que não precisasse
fazê-lo, mas estamos reforçando isto através deste Projeto de Lei, assim como
também nós estamos atualizando uma legislação e a modernizando, nesta área que
até hoje o Município não dispunha.
Vejamos o que trata a Lei
Orgânica a respeito destes aspectos. No art. 248, onde diz: “Fica proibida a
instalação, no Município, de plantas geradoras de eletricidade provenientes de
fissão nuclear, a produção, o armazenamento e o transporte por qualquer via de
armamentos nucleares, bem como as atividades de pesquisa ou outras relacionadas
com o uso da energia nuclear.” Seguem este caput quatro parágrafos que
dão a complementariedade no sentido de assegurar a proibição das instalações de
energia, a produção e o trânsito de armamento nuclear. O art. 249 que diz:
“Ficam proibidos em todo o Município o transporte e o depósito de qualquer
forma de disposição de resíduos que têm sua origem na utilização de energia
nuclear e de resíduos tóxicos ou radioativos, quando provenientes de outros
municípios de qualquer parte do território nacional ou de outros países.” Isto
significa simplesmente que o Município de Porto Alegre, em hipótese nenhuma,
terá depósitos provenientes de qualquer outra região. Isto é o que diz o texto.
Ora, isso também nós resgatamos. Também é parte do espírito desse Projeto de
Lei que tramita nesta Casa. A questão de dispor o Município de um instrumento
legal que possibilite ele a função de fiscalizar e controlar as fontes de
radiação que se constituem em “n” tipos de elementos radioativos utilizados na
área hospitalar e na área industrial. Hoje, aqui, eu tenho que dar esta
explicação para colocar os senhores a par do que nós estamos falando.
Na área industrial, os
radioisótopos já são de utilização de longa data; no que toca à qualidade dos
produtos, nós temos várias indústrias que se utilizam dos elementos radioativos
para prospecção dos materiais, nas soldas, ligas metálicas, num número muito
grande de produtos que são fabricados na área industrial. Na área hospitalar,
nós temos, também, aplicações em que se coloca a possibilidade de nós hoje
tratarmos de doenças que, anos atrás, era impossível de tratar, dado o nível
dos avanços tecnológicos e do conhecimento científico nesta área. Hoje nós
avançamos para um domínio nesta área da radiação, que nos possibilita aplicação
concreta na área hospitalar, como também na área da agricultura, onde há muitos
anos já é utilizado não só para fins de pesquisa, como também para conservação
de alimentos, embora no que toca a este aspecto nós colocamos uma série de
dúvidas em relação aos procedimentos técnicos na área da utilização da radiação
para fins de conservação de alimentos, porque eles, sem dúvida, trazem
conseqüências sobre o nosso organismo. Não é nem preciso lembrar a questão
pertinente a toda a novela criada com a radiação presente na chamada “carne de
Chernobyl”. Por este aspecto das implicações à saúde humana é que nós,
ecologistas, colocamos as restrições ao consumo desta carne. Ora, o episódio do
famoso Césio 137, em Goiânia, deslanchou por todo o Brasil um sem-número de
leis que procuravam restringir os depósitos de rejeitos nucleares nas cidades.
Isto é louvável, e sempre colocamos o nosso apoio a essas iniciativas. Porém,
não basta nós proibirmos simplesmente a instalação de depósitos de rejeitos
nucleares, porque isto se torna inócuo na medida em que muitos hospitais,
indústrias e instituições de pesquisas, como universidades, se utilizam dos
radioisótopos para suas pesquisas e “n” aplicações diferenciadas, e,
conseqüentemente, é necessária, Ver. Adroaldo Corrêa, a instalação de depósitos
de rejeitos nucleares, porque do contrário se impossibilitaria a própria
aplicação.
É espírito no nosso Projeto de
Lei, e por isso queremos com isto despertar a sensibilidade e preocupação dos
Vereadores para se debruçarem e lerem esse Projeto, para verificarem que ele
moderniza uma coisa que no Município de Porto Alegre estava obsoleta, não
estava atualizada. Ver. Omar Ferri, é imperativo que o Vereador se antecipe aos
acontecimentos. Quando temos a possibilidade de nos antecipar inovando na legislação
para beneficiar a população e garantir uma melhor qualidade de vida a ela, nós
o devemos fazer sem vacilar, Ver. Omar Ferri.
O Sr. Omar Ferri: Isto se chama previsibilidade.
O SR. GERT SCHINKE: Corretamente. É a lucidez do Ver. Omar Ferri contribuindo com a nossa
discussão: a previsibilidade legal, que nós temos a possibilidade de consolidar
com este instrumento jurídico que é a lei dos rejeitos nucleares, que nós
estamos apresentando. Nós temos que nos antecipar aos acontecimentos, e antes que
se discuta a possibilidade de vir a se fazer aqui em Porto Alegre uma central
termonuclear, Ver. Clóvis Brum, nós temos que nos antecipar, e colocar isso já
em termos de legislação. Além disso, antes que vier a acontecer um acidente que
nem aquele que aconteceu em Goiânia, nós temos que instrumentalizar o Município
com uma legislação capaz de ele fiscalizar as fontes radioativas. Capaz de ele
ter um controle sobre isto.
Esse é o mérito do nosso Projeto,
porque possibilita o Município intervir nesta área onde ele antes não dispunha
de um instrumento legal. Procurando concluir, eu apenas queria chamar a
atenção, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, para esta cartinha de apoio que foi
entregue e assinada pela Presidente da ADFG, dona Magda Renner, conhecida por todos
os senhores e que manifesta aqui a importância e o seu apoio desta organização
ecológica ao nosso Projeto de Lei. Obrigado pela atenção.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver.
Luiz Braz.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, foi na época do Prefeito Villela - que o meu amigo Ver. João Dib
considera um dos melhores administradores dos que passaram por esta terra nos
últimos tempos - que se concebeu a criação dos corredores de transporte
coletivo. Para que os corredores pudessem ter sucesso, nós tivemos a criação
das estações de transbordo, e as estações de transbordo foram utilizadas
durante algum tempo em nossa Cidade. Mas, até porque algumas empresas do
sistema começaram a falhar no transbordo e começaram a deixar com que as
pessoas ficassem empaçocadas esperando que viesse um minhocão para conduzi-las
aqui para o centro da Cidade, o boiadeiro para trazê-las para o centro da
Cidade, o sistema não deu certo. E a própria população, que no início, aplaudia
a iniciativa do então Prefeito Villela, depois, na gestão do Prefeito João Dib,
aquela população começou a pedir o fim das estações de transbordo. E o maior
clamor que nós ouvíamos, por ocasião de 1988, quando das eleições municipais,
era isso, que essas estações de transbordo pudessem ser desativadas, porque na
verdade elas não correspondiam à expectativa do público que esperava ter um
transporte mais barato, que esperava ter um transporte um pouco melhor.
Acontece que estas estações foram desativadas e foram também abandonadas. O
dinheiro público que foi ali colocado foi simplesmente esquecido. Aliás, é
muito fácil se esquecer do dinheiro público, porque esse não custa nada para os
administradores, vem com muita facilidade para os administradores. Então, por
isso mesmo, estas estações de transbordo estão lá sendo depositárias de uma
verdadeira fortuna que foi de alguma forma transferida para o sistema.
O Sr. Omar Ferri: V. Exª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) V. Exª menciona que é sempre um prazer conceder
aparte a este Vereadores e V. Exª diz também que muita gente tem verdadeiro
prazer de esquecer “dinheiros públicos”. É isso?
O SR. LUIZ BRAZ: Foi isso. É muito fácil as
administrações esquecerem o dinheiro público.
O Sr. Omar Ferri: Têm muitas administrações,
muitas pessoas que administram e que têm verdadeiro prazer em esquecer o
dinheiro público em seus próprios bolsos. Esta Nação está cansada deste tipo de
exemplos.
O SR. LUIZ BRAZ: Infelizmente, um dos exemplos
que V. Exª pode citar é exatamente este que nós estamos trazendo aqui, Ver.
Omar Ferri, das estações de transbordo. Essas estações de transbordo são
depositárias de verdadeiras fortunas. É o dinheiro público que está ali
colocado e que está abandonado. V. Exª vai encontrar, em vários cantos da nossa
Cidade, exatamente isto que estamos colocando aqui nesta tribuna. É dinheiro
público que foi colocado nessas estações e as estações foram abandonadas.
O Sr. Adroaldo Corrêa: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Luiz Braz, eu compartilho da preocupação
de V. Exª quanto à quantidade de dinheiro investido nesses terminais de
transbordo, que acabaram sendo insuficientes no repasse para a demanda que
existia na periferia em relação à Lomba do Pinheiro, por exemplo, Vila CEFER e
proximidades daquela região do Terminal Antônio de Carvalho e esse mesmo, aqui,
da Alameda. A população local ainda não deixou de lutar para uma utilização
daqueles terminais, daquela área física construída, para finalidades outras que
não a do terminal de transbordo e que sejam para atendimento da população e
suas necessidades melhor distribuídas, quais sejam, uma escola, uma feira ou,
mais permanente, um hortomercado. Esse tipo de discussão vinha sendo travada ao
final de 1988, quando o Terminal Antônio de Carvalho foi desativado, e a
população foi surpreendida pela súbita destinação desse terminal para
estacionamento de veículos da Brigada Militar, como se o Governo do Estado não
tivesse área próxima àquela região para ou comprar, ou locar, ou, mesmo, ceder
suas próprias áreas à Brigada Militar. A população também precisa da Brigada
Militar ali, naquela região, mas não exatamente numa área do Município,
construída com tanto dinheiro e com tanto sacrifício. Muito obrigado.
O SR. LUIZ BRAZ: Mas nós estamos fazendo um
movimento, agora, Ver. Adroaldo, e até peço que V. Exª compartilhe dele. Nós
fizemos a primeira reunião, no sábado que passou, com a Associação dos
Moradores da Vila João Pessoa, próximo ao Terminal Alameda. E convidamos os
Vereadores Clóvis Brum, Adroaldo Corrêa, Clovis Ilgenfritz, João Dib, Omar
Ferri, que são Vereadores identificados com essas populações, para que também
façam esse mesmo tipo de movimento, porque não quero exclusividade. Nós estamos
discutindo com a população a destinação dos terminais. O que, na verdade,
aquelas populações que vivem em torno desses terminais - o que na verdade elas
gostariam que existissem nesses terminais.
E nós fizemos uma reunião no
último sábado, onde ouvimos uma série de opiniões, uma série de sugestões daquela
população da Vila João Pessoa. Uma das sugestões é que se pudesse criar ali
naquela região postos de saúde, postos de atendimento para a comunidade, um
posto de segurança para a Brigada Militar. Inclusive, eles elogiavam isso que
V. Exª critica agora, o que aconteceu na Antônio de Carvalho, quando um
Destacamento da Brigada Militar ocupou aquele terminal, eles até elogiaram,
porque eles disseram, enquanto aquele Terminal da Antônio de Carvalho está
sendo ocupado com o Destacamento da Brigada, eles gostariam também que o
Terminal Alameda pudesse ceder parte das suas dependências para o Destacamento
da Brigada. Então surgiram várias e várias opiniões, e uma delas é que a
iniciativa privada pudesse participar, também, de alguma forma, para ajudar a
construir esses postos tão necessários para a comunidade. E, em troca da ajuda
da iniciativa privada, essas empresas que por acaso pudessem ganhar licitações
para poderem dar essa ajuda também teriam parte na exploração dos terminais.
Tudo isso já surgiu na primeira
reunião que nós fizemos, agora estamos querendo chamar para se reunir conosco o
Secretário Municipal dos Transportes, porque tudo vai passar por ele, e nós
sabemos que existem alguns técnicos na Secretaria Municipal dos Transportes que
são contrários a se mudar a destinação dessas estações de transbordo e desses
corredores, porque, afinal de contas, eles foram os criadores dessas estações.
Eles têm um certo ciúme daquilo que eles criaram e não querem ver aquilo que
eles inventaram em matéria de sistema de transporte coletivo sendo modificado
para ter outras destinações.
Então, é um convite que fazemos
para todos os Vereadores, para que também nas suas regiões procedam às
discussões para que a população possa dizer exatamente o que fazer com as
estações de transbordo. Eu peço para o Sr. Presidente, por favor, me conceder
tempo para que eu pudesse dar um minuto de aparte para o Ver. Clovis
Ilgenfritz.
(Assentimento do Sr. Presidente.)
O Sr. Clovis Ilgenfritz: Vereador, nós não
queríamos deixar passar a oportunidade para concordar que, realmente, estes
espaços têm que ser ocupados. E existem solicitações, inclusive, para esportes.
E é bom que se diga que a atual Administração, a Administração Popular, nos
fins-de-semana tem feito um aproveitamento, principalmente no Terminal Antônio
de Carvalho, com feira e com torneios de esportes. Foi feita uma cancha de
esportes num dos terminais. Só para deixar registrado que, em princípio, pelo
menos sábado e domingo têm sido melhor utilizado, e, à noite, pelos setores de
esportes.
O SR. LUIZ BRAZ: Esta ocupação, na verdade, ela
merece elogios, mas ainda é muito pouco, diante da imponência desses terminais,
em meio a essas vilas onde esses terminais foram criados. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Clóvis Brum): Próximo orador é o Ver.
Omar Ferri. Dez minutos com Vossa Excelência.
O SR. OMAR FERRI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
não sei se o meu pronunciamento, que é uma continuação de dois anteriores, em
que eu abordava a apreensão dos livros em praça pública, em plena 36ª Feira do
Livro, é pesado ou afável. Eu, hoje, prefiro a afabilidade. Mas sem deixar de
terminar este ciclo de manifestações sobre aquilo que eu poderia denominar, num
termo só, de “intolerância humana”.
Ora, vou contar uma pequena
historieta num minuto. Eu, uma vez por semana, uma vez a cada dez dias, pego
uma fita e assisto um filme em casa. Busco esta fita na esquina da Wenceslau
Escobar com a Rua Copacabana, numa locadora que comercializa este uso de fitas,
de propriedade de uma judia. E há um departamento nesta loja em que exibe
filmes de pornografia, conseqüentemente são pornográficos, e tenho a impressão
de que todos os senhores, pelo menos de ouvir falar, já conhecem as fitas, como
também os livros. Nessas fitas existem assuntos que dizem respeito à
prostituição, que dizem respeito à corrupção de menores, à desagregação da
família, à desagregação da sociedade, aos crimes em geral, ao tráfico de droga,
enfim, toda essa parafernália de anomalias sociais que hoje convive conosco.
Me pergunto: seria lícito que eu
concluísse que o conteúdo dessas fitas contém conceitos criminosos? Contém! Mas
seria lícito que eu concluísse que existe nessas fitas a apologia do crime. O
crime de corrupção é previsto no Código Penal, o de prostituição também. É que
entre um filme que representa de maneira artística estas anomalias e uma ação
que faça uma apologia, existe uma diferença tão grande quanto a célebre dúvida
de Shakespeare, quando disse que existe muita coisa entre o céu e a terra que a
nossa vã filosofia não alcança.
Uma coisa é constatar
conceitualmente a existência de um crime, ou os elementos que integram e formam
e caracterizam e conceituam o crime; outra coisa é se fazer apologia de fato
criminoso. E eu tenho o direito de escolha e de opção. E eu quero ter este
direito de escolher um filme pornográfico ou um filme que o meu intelecto
aceite e o meu nível cultural aceite. Como eu quero ter o direito de livre
escolha e liberdade de opção para escolher, na Feira do Livro, o livro que
proclama a excelência do nazismo, um livro que proclama a excelência do
capitalismo, um livro que proclama a excelência do socialismo e um livro que
proclama as virtudes e as excelências do comunismo. E numa sociedade
democrática não concedo direito a ninguém que me tiram ou suprimam este
direito.
Não estou proclamando a
superioridade de nenhuma raça. Isto é racismo. E concedo o direito ao livro
proclamar a superioridade da raça branca, como devo conceder o direito de um
livro proclamar a superioridade ou a felicidade da raça indígena, ou concedo o
direito de um livro proclamar a brutalidade, a selvageria, a estupidez da raça
branca quando dizima, por princípios eugênicos, negros e índios e amarelos.
Se vivêssemos na Ásia quando não
se aceitavam chineses e cães em determinadas regiões onde só viviam europeus,
ou se vivêssemos em Cuba quando o “apartado” impedia a presença de cubanos em
plena zona central de Havana, então teríamos sentido o racismo em nossa própria
carne.
Racismo. Sabem o que é racismo? Para
mim, racismo é a dor que eu sinto no peito quando constato que neste País
existem, segundo a opinião do Cardeal de São Paulo, dois milhões de crianças de
dez a doze anos totalmente prostituídas. Racismo imposto pela força e pela
opressão oficial é quando se constata a existência, no Brasil, de trinta
milhões de menores abandonados.
Por isto é que muitas vezes estas
atitudes partem muito mais de preconceitos nossos do que de uma necessidade
social. E, por falar em preconceitos, invoco uma frase célebre de Albert
Einstein: tristes tempos os nossos - disse o mais célebre cientista da nossa
época - “Tristes tempos os nossos, quando é mais fácil desintegrar um átomo do
que um preconceito.”
E diria outra, de Karl Meinner,
para que se pense nisso: “O que se faz agora com as crianças é o que elas irão
fazer depois com a sociedade.” E dizem que existe crime, que existe
preconceito. Mas se existe crime, se existe preconceito, isto é vício de alguém
que - uma sociedade, como afirmou Vieira da Cunha - tem racismo! Mas vamos
citar Molière, o francês, quando disse que preferia um vício tolerante a uma
virtude obstinada. E vamos citar Mark Twain, um dos mais célebres pensadores do
humorismo, de todas as épocas - dois ingleses estiveram lado a lado em matéria
de pensamento profundo com conteúdo de humor: Jonathan Swift e Mark Twain.
Vejam a triste situação em que vivemos hoje, em que muitas vezes uma frase vale
mais do que compêndios, vale mais do que mil obras. Quando eu vejo todo este
quadro de miséria moral, de cinismo, de farisaísmo social, de hipocrisia, eu
não posso deixar de citar Mark Twain: “A mim não importa a raça a que pertence,
se é branco ou negro ou amarelo. É um ser humano, e não pode haver nada pior.”
Muito obrigado.
(Revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Estão encerrados os trabalhos da presente
Sessão.
(Levanta-se
a Sessão às 17h37min.)
* * * * *